#RPSP 11/05/2025
Gênesis 25 / Fim de uma jornada e início de outra
“Depois Abraão entregou o espírito e morreu em boa velhice, avançado em anos, e foi reunido ao seu povo.” (Gn 25:8)

Gênesis 25 é como um marco na estrada da história da salvação. Ele encerra a jornada de Abraão e inicia a trajetória de seus filhos, especialmente Isaque, Esaú e Jacó.
Aqui, aprendemos que a promessa de Deus não morre com os seus servos, ela continua viva nas gerações.
“Abraão tomou outra mulher, chamada Quetura…” (v.1)
Depois da morte de Sara, Abraão se casa novamente. Quetura lhe dá seis filhos, cujos descendentes se tornarão várias tribos do Oriente (v.2-4), como os midianitas.
Apesar disso, o filho da promessa permanece sendo Isaque.
“Tudo o que possuía deu a Isaque.” (v.5)
A distinção é clara: Abraão reconhece que a bênção da aliança está com Isaque, não com os demais.
Os filhos de Quetura recebem presentes, mas Isaque recebe a herança espiritual e patriarcal.
“Abraão morreu em boa velhice, avançado em anos…” (v.8)
Essa expressão é uma fórmula bíblica para uma morte em paz, com plenitude de vida e fé.
Ser “reunido ao seu povo” refere-se à ideia de pertencer à linhagem da fé, não apenas a um sepultamento físico.
“Sepultaram-no Isaque e Ismael na caverna de Macpela…” (v.9)
A presença de Ismael ao lado de Isaque no sepultamento do pai mostra que, mesmo com caminhos separados, a família se une no luto e no respeito.
“Estas são as gerações de Ismael…” (v.12)
A descendência de Ismael é detalhada com respeito, pois Deus cumpre Suas promessas também com ele (cf. Gn 17:20).
Os doze príncipes de Ismael ecoam os doze filhos de Jacó, mostrando que Deus também concede estrutura e liderança a povos fora da aliança direta.
“Isaque tinha quarenta anos quando tomou por esposa Rebeca…” (v.20)
Essa informação cronológica conecta o fim da geração de Abraão com o início da geração de Isaque, e prepara o cenário para o nascimento dos gêmeos.
“Rebeca era estéril, e Isaque orou ao Senhor por ela…” (v.21)
Assim como Sara e posteriormente Raquel, Rebeca também era estéril.
A aliança de Deus se manifesta justamente onde não há possibilidade humana.
A oração de Isaque mostra fé, e Deus responde: Rebeca concebe.
“Os filhos lutavam dentro dela…” (v.22)
A luta no ventre é símbolo do que virá.
Dois povos, dois caminhos, dois irmãos em conflito desde o início.
“Dois povos estão no teu ventre… e o mais velho servirá ao mais moço.” (v.23)
Deus inverte a lógica cultural: o mais novo, Jacó, será o escolhido.
A eleição divina não segue critérios humanos, segue soberania e propósito.
“Esaú saiu primeiro… Depois nasceu Jacó, segurando o calcanhar de Esaú…” (v.25-26)
Jacó (יַעֲקֹב / Ya‘aqov) vem de “aqev” (calcanhar) e sugere também “aquele que agarra, que suplanta”.
Seu nome já antecipa seu caráter, mas Deus o transformará ao longo da jornada.
“Esaú tornou-se perito caçador… Jacó, homem pacato.” (v.27)
A oposição de perfis mostra não apenas diferenças temperamentais, mas duas formas de viver: uma mais imediatista, outra mais reflexiva.
“Vende-me primeiro o seu direito de primogenitura.” (v.31)
Esaú despreza o espiritual por causa do material.
Jacó erra ao manipular, mas Esaú peca ao desvalorizar.
“Assim Esaú desprezou o seu direito de primogenitura.” (v.34)
Essa é a sentença final do capítulo, e o ponto teológico mais grave.
Hebreus 12:16 diz que Esaú foi profano por isso.
Gênesis 25 marca a transição de patriarcas, como nas genealogias reais e sacerdotais do mundo antigo.
O respeito dado à descendência de Ismael reflete a visão inclusiva da Bíblia: Deus vê todos os povos, mesmo quando escolhe um para cumprir Sua missão.
A troca do direito de primogenitura era rara, mas simbolicamente poderosa… uma inversão do status pelo impulso.
Abraão morre, mas a promessa continua.
O Deus da aliança não para com a morte, nem se limita à biologia.
Ele age por oração, por eleição, e até por recomeços.
Você tem valorizado o que Deus lhe deu ou trocado o eterno por um “prato de lentilhas”?
Ore hoje para ter a visão de Jacó, mesmo com falhas, e não o desprezo de Esaú.
A promessa ainda está viva… e Deus quer continuar escrevendo a história com você.
