#RPSP 17/05/2025
Gênesis 31 / Hora de voltar
“Então o Senhor disse a Jacó: ‘Volte para a terra de seus pais e para os seus parentes, e Eu estarei com você.’” (Gn 31:3)

Depois de 20 anos servindo Labão, sendo enganado, explorado e testado, Deus chama Jacó de volta à terra da promessa.
Mas o retorno não será fácil: haverá medo, conflitos, idolatria escondida e confrontos.
Ainda assim, Deus prova que é fiel ao que promete.
“Jacó ouviu os filhos de Labão dizendo…” (v.1)
O ambiente em Padã-Arã começa a se tornar hostil.
A prosperidade de Jacó gera inveja e suspeitas.
Deus usa circunstâncias adversas para mover Jacó em direção à promessa.
“Então o Senhor disse: Volte… e Eu estarei com você.” (v.3)
O mesmo Deus que apareceu em Betel agora renova o chamado.
A base do retorno não é o conforto, mas a promessa da presença divina.
“Jacó mandou chamar Raquel e Lia ao campo…” (v.4)
Ele convoca suas esposas para longe da casa de Labão, em campo aberto, mostrando cautela e discernimento.
Ali, relata a forma como Deus o abençoou mesmo diante das injustiças.
“Deus não permitiu que ele me fizesse mal.” (v.7)
Jacó reconhece que foi protegido pela intervenção divina, não apenas por sua esperteza.
Mesmo em meio a manipulações, Deus sustentou Sua promessa.
“O Anjo de Deus me disse em sonho…” (v.11)
O Anjo do Senhor novamente aparece em sonhos (como em Gn 28).
A revelação mostra que Deus vê e age em favor dos oprimidos.
A fé de Jacó amadurece ao longo da aflição.
“Então Jacó se levantou e pôs seus filhos e suas mulheres sobre os camelos…” (v.17)
A fuga é silenciosa, estratégica e urgente.
Ele sai com família, servos e rebanhos, como um clã completo.
Mas Raquel leva os ídolos domésticos de Labão (v.19).
“Jacó enganou Labão…” (v.20)
O verbo aqui (גנב / ganav) significa “furtou, enganou, trapaceou”.
Jacó foge como alguém que ainda não está plenamente livre do velho Jacó.
“Por que você fugiu em segredo?…” (v.27)
Labão confronta Jacó, mas Deus o impede de fazer mal (v.24).
Mesmo o manipulador reconhece que há um Deus mais poderoso em ação.
“Deus do seu pai me disse ontem à noite…” (v.29)
Labão é forçado a respeitar o Deus de Jacó.
Mas ainda questiona a perda de seus “deuses”, os ídolos que Raquel havia escondido.
“Ela os escondeu na sela do camelo…” (v.34)
Raquel mente para encobrir o roubo, e os ídolos mostram-se impotentes diante da verdade.
Esse episódio revela que a idolatria ainda estava infiltrada na família da aliança.
“Que o Senhor julgue entre mim e você!” (v.53)
Labão e Jacó fazem um pacto: Mizpá (v.49), “Que o Senhor vigie entre nós”.
Mas esse “vigiar” é mais um lembrete de vigilância do que de comunhão.
O pacto sela a separação definitiva entre o velho e o novo.
Os “terafins” (ídolos domésticos) eram comuns em culturas semitas. Representavam herança, proteção espiritual e até direito de propriedade.
Por isso, Raquel pode ter levado os ídolos como forma de reivindicar herança familiar, mas a Bíblia apresenta isso como erro espiritual.
O “pilar de testemunho” (v.45) era um marco legal entre tribos, símbolo de limite, separação e lembrança.
Gênesis 31 mostra que há um tempo de ficar e um tempo de voltar.
Mas voltar exige:
- romper com o passado,
- lidar com feridas,
- deixar ídolos para trás,
- confiar que Deus ainda está conosco no caminho.
Você está pronto para voltar, não apenas geograficamente, mas espiritualmente, à vontade de Deus?
Ore hoje pedindo coragem para obedecer, sabedoria para lidar com os conflitos, e fé para confiar que o Deus que está com você no deserto também estará no caminho de volta.
