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Reavivados Por Sua Palavra é um projeto que incentiva a leitura diária da Bíblia, promovendo o crescimento espiritual e o fortalecimento da fé.​ Lançado em 17 de abril de 2012, o projeto propõe a leitura de um capítulo da Bíblia por dia, seguindo uma ordem sequencial. A iniciativa é aberta a todos que desejam aprofundar seu conhecimento das Escrituras, independentemente de sua denominação religiosa.

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Gênesis 48 / As mãos cruzadas da graça

#RPSP 03/06/2025
Gênesis 48 / As mãos cruzadas da graça
“Mas seu pai recusou e disse: ‘Sei, meu filho, sei. Ele também se tornará um povo e também será grande. Contudo, o seu irmão menor será maior do que ele.’” (Gn 48:19)

Às vésperas da morte, Jacó não apenas abençoa, mas adota os filhos de José, transfere herança e cruza as mãos. Em Gênesis 48, a narrativa mostra que a graça de Deus nem sempre segue a ordem natural. Manassés era o primogênito, mas Efraim recebe a bênção maior. O texto ecoa uma constante bíblica: Deus escolhe segundo Sua vontade, e não conforme expectativas humanas.

“Disseram a Jacó: ‘Eis que seu filho José vem visitá-lo.’” (v.1)

Jacó está no fim da vida, mas ainda em plena consciência espiritual. Ele se senta na cama com esforço, pronto para transmitir bênção, legado e visão.

“O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou.” (v.3)

Jacó relembra a experiência em Betel (Gn 28), onde Deus lhe garantiu a promessa. Antes de abençoar, ele reforça a fonte da bênção: não vem dele, mas do Deus da aliança.

“Agora, pois, seus dois filhos, que lhe nasceram no Egito… são meus.” (v.5)

Jacó adota Efraim e Manassés como seus próprios filhos. Com isso, José recebe porção dobrada na herança (normalmente dada ao primogênito). Isso cumpre simbolicamente a promessa de que José teria preeminência entre os irmãos (Gn 37).

“Vi a sua face como se visse o rosto de Deus.” (v.11)

Jacó se emociona ao ver José. Esse versículo é um eco de Gênesis 33:10, quando Jacó diz algo semelhante a Esaú. Agora, ao ver José, ele experimenta a restituição final da dor que o acompanhou por décadas.

“Tomou José os dois, Efraim à sua direita… e Manassés à sua esquerda.” (v.13)

José posiciona os filhos para que Manassés, o primogênito, receba a bênção principal. Mas Jacó, guiado pelo Espírito, cruza os braços. A bênção maior é dada ao mais novo.

“Mas Jacó estendeu a mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim.” (v.14)

Essa cruzada de mãos é símbolo da eleição divina. Deus age com liberdade e soberania. A lógica humana (ordem de nascimento) não limita a ação da graça.

“O Anjo que me livrou de todo o mal abençoe estes rapazes.” (v.16)

Jacó ora evocando o Anjo do Senhor, o próprio Cristo pré-encarnado, segundo a tradição judaico-cristã. Ele reconhece que sua vida foi protegida não por mérito, mas por intervenção divina.

“José ficou aborrecido…” (v.17)

Mesmo o justo José ainda pensa de forma tradicional. Mas Jacó insiste: “Sei, meu filho, sei.” Essa repetição expressa convicção espiritual. Jacó agora enxerga o plano de Deus mais claramente do que nunca.

“Por você Israel abençoará, dizendo: ‘Deus o faça como a Efraim e como a Manassés.’” (v.20)

Essa declaração transforma Efraim e Manassés em modelo de bênção para futuras gerações. Até hoje, judeus abençoam seus filhos citando esses nomes.

A adoção legal de netos como filhos era praticada em algumas culturas antigas, especialmente entre famílias nobres, garantindo direitos de herança.

A inversão do primogênito é um tema recorrente: Abel em relação a Caim, Isaque a Ismael, Jacó a Esaú, José a Rúben. A mensagem é clara: Deus escolhe segundo o coração e o propósito, não segundo convenções humanas.

Gênesis 48 nos mostra que a graça cruza as mãos. Nem sempre a bênção vai para quem o mundo espera. Deus escolhe os improváveis, eleva os esquecidos e derrama favor onde há rendição.

Você aceita que Deus pode agir fora da ordem natural ou da sua lógica? Você está aberto a receber a bênção, mesmo sem ser o mais forte ou o mais velho?

Ore hoje pedindo sensibilidade para perceber os movimentos da graça. Que você aceite quando Deus cruzar os braços e abençoar de forma inesperada.